Acredito que seja interessante começar
pela definição da palavra normal. Normal: regular, habitual; conforme à regra
ou norma. Ao pensar sobre esta definição podemos perceber que, há certos
padrões que são considerados cabíveis a este significado, como: é normal
mulheres serem sensíveis enquanto homens devem ser durões, é normal a
constituição de famílias tradicionais, é normal sermos pessoas seguidoras de
regras, enfim há infinitos comportamentos que são vistos como normais.
Há uma crença bastante enraizada, que
tudo o que a maioria das pessoas pensa, sente, acredita ou faz, deve ser considerado
como normal e por assim dizer servir de guia para o comportamento de toda
sociedade.
Segundo Pierre Weil (http://www.pierreweil.pro.br/Curriculum.htm)
do comportamento visto como normal surgiu o termo “Normose” que é o conjunto de
normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir
aprovados por um consenso ou pela maioria de uma determinada população e que
levam à sofrimentos.
Dessa forma, penso que o que foge à
regra, ou seja, “o diferente” pode ser sim para muitos um sofrimento, uma coisa
nova, difícil de ser aceita. Podemos perceber isto na escola inclusiva, como
diz no fascículo 1 da Escola Comum Inclusiva“...a
identidade normal é tida sempre
como natural, generalizada e positiva em relação às demais, e sua definição
provém do processo pelo qual o poder se manifesta na escola, elegendo uma identidade
específica através da qual as outras identidades são avaliadas e
hierarquizadas.”
Percebemos que tudo que foge ao que
estamos acostumados de alguma forma nos incomoda, falo isto de maneira generalizada,
pois há muitas exceções. Pensando agora somente na questão educacional, a
educação inclusiva deve idealizar a escola como espaço de todos, com os alunos construindo
aprendizagens de acordo com suas capacidades, devem poder expressar suas ideias
livremente, se desenvolverem como cidadãos, em suas diferenças. Todos devem se
igualar pelas suas diferenças nas escolas inclusivas e não se conformar a
padrões que rotulem os alunos como normais ou especiais.
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