O texto “Os sentidos da diferença” me fez
refletir sobre a inclusão e seus desafios. Não basta incluir, é necessário
abrir espaços e oferecer condições para que as diferenças possam desenvolver as
suas potencialidades. A atitude de promover a inclusão nos obriga a rever
conceitos e comportamentos pré-estabelecidos e reconhecidos como padrão. Esta
prática de nivelar e padronizar, muito comum em escolas regulares tradicionais,
inviabiliza a inclusão, porque colocam em evidencia e em destaque as diferenças
daqueles que estamos incluímos.
Alguns grupos são constituídos a partir de
suas diferenças e se organizam para buscar os seus espaços na sociedade.
Incluir pessoas de um determinado grupo considerando apenas as características
desse grupo seria o mesmo que limitar o potencial de cada individuo e
determinar as suas possibilidades. Seria o mesmo que promover a inclusão para
depois rotular as pessoas a partir de suas diferenças, sem considerar as
especificidades e capacidades individuais. Talvez o objetivo principal da
inclusão seja observar que todos nós somos diferentes e que não existe um
padrão que nos define e nos limita.
As
peculiaridades caracterizam as pessoas, mas não definem suas potencialidades
nem limitam suas capacidades e possibilidades. Tudo depende da vontade de cada
um. A diferença muitas vezes é rotulada a partir de um padrão considerado como
normal. O desafio da inclusão é abrir espaços para as diferenças, e buscar instrumentos para construir relações
de respeito e solidariedade entre diferentes, sem comparações e sem rótulos.
Observo que de todos os obstáculos colocados
no caminho da inclusão, o maior de todos, é a falta de preparo e capacitação
para lidar com as diferenças. Os educadores precisam estar preparados para não
reproduzir as práticas excludentes, que limitam o ser humano a partir de suas
deficiências.
Precisamos
compreender qual é o significado da palavra “diferença” que nos interessa: os
preconceituosos, consideram as diferenças apenas como uma forma de
discriminação, excluindo as pessoas que não se enquadram em um determinado
padrão considerado “normal” e há os que
buscam um mundo melhor, mais justo, e que consideram e valorizam as diferenças
como forma de preservação da identidade..
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