Layra Dechichi
Lívia Magalhães
Maria Carolina Chimenti
Natália Campagnoli
Política Nacional de Educação Especial
na Perspectiva da Educação Inclusiva
Marcos
Históricos e Normativos
Nessa
parte do documento, é discutida como a educação especial esteve ligada ao
ensino regular ao longo dos tempos. A
escola em sua historicidade sempre esteve diretamente ligada a educação de um
pequeno grupo, estabelecendo assim, uma pedagogia da exclusão, uma pedagogia
dita meritocrática, seletista e rotulante. A partir do processo de
democratização estabeleceu uma relação dialética entre excluir\incluir. Embora
houve a universalização do acesso escolar ainda houve um massivo processo de
exclusão áqueles que não se adaptam ao padrão homogenizador estabelecido pela sociedade capitalista.
Com
a visão dos direitos humanos e do conceito de cidadania baseado nos conceitos
das diferenças, havendo uma problematização desses conceitos. Nesse contexto, a educação especial se
organizou de forma tradicional, como sendo um atendimento especializado em
contraposição a um ensino comum, possuindo instituições especializadas. O
documento ressalta o fato de que o atendimento das pessoas com deficiência
começou na época do império com a criação de duas instituições, uma para
crianças cegas, e outra pra surdos e mudos.
No início do século XX é fundado o instituto Pestalozzi, especializado
no atendimento de pessoas com deficiência mental.
Em
1961, o atendimento das pessoas com necessidades especiais passa a ser
fundamentado pela Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, que aponta o “direito dos excepcionais a educação
preferencialmente dentro do sistema de ensino.
Outro marco
histórico importante na educação especial foi a criação em 1973 O centro
Nacional de Educação Especial no MEC, que impulsionou ações educacionais
voltadas ás pessoas com deficiência. Mesmo assim, nesse período não se efetiva
uma política pública de acesso universal á educação, permanecendo a concepção
de ‘políticas especiais’ para tratar da temática da educação de alunos com
deficiência . Com a constituição de 1988 temos como elemento principal o valor
de promover o bem de todos, sem quaisquer tipo de preconceitos e formas de
discriminação; ressaltando a igualdade no acesso e na permanência na escola
para todos.
Em 1994 é
publicada a Política Nacional de Educação Especial, que condiciona o acesso a
classes comuns do ensino regular aqueles que possuem condições de acompanhar as
atividades. É importante refletir também sobre o que a atual LDB (1996) diz
sobre a situação, colocando que os sistemas de ensino devem se organizar para
atender as necessidades específicas dos alunos, oferecendo oportunidades
educacionais apropriadas.
Por fim, nesse
retrospectiva importante sobre como a educação especial se deu ao longo dos
anos é necessário ressaltar que o
decreto promulgado em 1999 sobre a Política Nacional para as pessoas portadoras
de deficiências especiais, define a educação especial como sendo uma modalidade
transversal a todos níveis e modalidades de ensino, atuando de forma
complementar ao ensino regular.
Atualmente o
Plano Nacional da educação (2001) destaca como grande avanço a construção de
uma escola inclusiva que garanta o atendimento á diversidade humana. Em 2003, o
ministério da educação cria o programa de educação inclusiva: direito a
diversidade visando transformar os sistemas de ensino em inclusivos que promove
um amplo processo de formação de gestores e educadores nos municípios
brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, a
organização do atendimento educacional especializado e a promoção da
acessibilidade. Não menos importante, e já
discutido, foi a importância a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, aprovada pela ONU em 2006, da qual o Brasil é signatário,
estabelecendo que deve-se assegurar um
sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível com a meta de
inclusão plena por meio de medidas que garantam que as pessoas com deficiência
não sejam excluídas e que tenham amplo acesso ao ensino.
Diagnóstico da Educação Especial
Esse tópico nos
apresenta, por meio de números atualizados pelo Censo Escolar/MEC/INEP, alguns
indicadores sobre a educação especial, principalmente no que se refere ao
acesso à educação básica, matrícula na rede pública, inclusão nas classes
comuns, oferta do atendimento especializado, acessibilidade nos prédios
escolares e o número de municípios e de escolas com matrícula dos alunos com
necessidades educacionais especiais, além de coletar dados da série ou ciclo
escolar dos mesmos.
Em relação a matrículas
houve-se um aumento de 107% de 1998 a 2006, já a inclusão em classes comuns do
ensino regular chegou a um aumento de 640%. Outro dado importante diz respeito
a distribuição das matrículas na esfera pública. Com a ampliação de políticas
de educação inclusiva aumentou-se 146% das matrículas nas instituições públicas
passando-se de mais 179 mil em 1998 para mais de 440 mil em 2006.
Infelizmente é na
educação infantil, etapa em que afirmam os especialistas ser fundamental e
bastante benéfica para o desenvolvimento da aprendizagem e convivência entre
crianças com e sem deficiência, que se encontra o menor número de matrículas em
turmas comuns registrando apenas 24.005 das totais 113.088 matrículas nessa
etapa de ensino. As demais matrículas concentram-se em escolas e classes
especiais.
Houve pouco aumento
também no número de matrículas de alunos com necessidades educacionais
especiais na educação superior, necessitando assim de maior atenção as
políticas de acessibilidade nas Universidades do país. Outra má notícia
refere-se ao indicador de acessibilidade arquitetônica em prédios escolares. No
ano de 2006 das 54.412 escolas com matrículas de alunos atendidos pela educação
especial apenas 23,3% possuíam sanitários com acessibilidade e 16,3%
registraram ter dependências e vias adequadas.
Todavia, vemos que a
evolução das ações da educação especial nos últimos anos pode ser observada no
crescimento dos números de professores com Ensino Superior completo atuando na
educação especial. 77,8% dos professores declararam em 2006 ter curso
específico nessa área de conhecimento. E finalmente, assinala-se um grande
aumento do número de municípios com matrículas, 81%; e um crescimento também do
número de escolas com matrículas, em torno de 730%. Num total de 54.412 escolas
em 2006, as quais 50.259 são escolas comuns com inclusão nas turmas de ensino
regular.
Objetivos da Política Nacional e Alunos atendidos pela Educação
Especial:
Visando garantir o acesso e continuidade ao ensino regular, a
oferta de atendimento educacional especializado incluindo a formação de
professores e demais profissionais da área da educação para atendimento
educacional especializado, a abrangência da educação especial em todas as
etapas da educação, a acessibilidade em todas as suas dimensões, e
principalmente a articulação intersetorial para na implementação de políticas
públicas, a Política Nacional de Educação Especial orienta os sistemas de
ensino garantindo assim a inclusão escolar dos alunos com deficiência.
Recentemente,
buscam-se garantir os direitos das pessoas com deficiência (pessoas que possuem
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, sensorial ou
intelectual), transtornos globais de desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação. A educação especial articula-se então com o ensino
comum visando atender as necessidades desses alunos. Considerando-se que as
pessoas se modificam continuamente transformando também todo o espaço a sua
volta, torna-se necessária a ação pedagógica voltada para a alteração da
situação de exclusão, destacando a importância de um ambiente pedagógico
heterogêneo capaz de compreender e promover a aprendizagem de todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário