I e II - APRESENTAÇÃO E
MARCOS HISTÓRICOS E NORMATIVOS
É no Brasil Império que
surgem as primeiras instituições especializadas para atender as pessoas com
deficiência, o Imperial Instituto dos meninos cegos é de 1854 e o Instituto dos
Surdos Mudos de 1857. O Instituto Pestalozzi, especializado no atendimento às
pessoas com deficiência mental, só seria fundado em 1926 e também prestaria
atendimento educacional às pessoas superdotadas a partir de 1945 e a primeira
APAE seria criada em 1957.
Partindo de uma visão
médica que se baseava nos conceitos de normalidade/ anormalidade, pessoas eram
diagnosticadas como deficientes, e por isso precisavam de um atendimento em
instituições especializadas, escolas especializadas ou classes especiais, e
eram, assim, separadas do convívio social o que em muito acentuava a exclusão
delas e a dificuldade daquelas consideradas normais de lidar com as diferenças.
Fundamentada na
concepção de direitos humanos, a educação inclusiva vem ganhando espaço no
cenário internacional. Os movimentos sociais em favor de garantir o direito das
pessoas com deficiência de serem, efetivamente, parte da sociedade reafirmam
com grande intensidade a necessidade de reestruturação do sistema educacional
para poder assegurar o acesso universal a uma educação de qualidade bem como a
permanência de todos sem qualquer tipo de discriminação.
Na Constituição Federal
de 1988, em seu art. 205 a educação já aparece como um direito de todos, e no
art. 206, a igualdade de condições de acesso e permanência na escola já é vista
como princípio para o ensino. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) vem
então reforçar essa idéia ao determinar, em seu art. 55, que “os pais ou
responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede
regular de ensino”. No entanto, alguns termos utilizados na elaboração de
certas leis incentivaram interpretações que desfavoreceriam a inclusão das
pessoas deficientes, como, por exemplo, a Política Nacional de Educação
Especial (1994) que se referia ao acesso no ensino regular condicionado àqueles
que “(...) possuem condições de
acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino
comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”, ou seja, excluía
sutilmente, ao invés de incluir. Outras, por sua vez, como a Resolução CNE/CEB
nº 2/2001, se esforçaram para incluir, mas deram brecha para que a situação
continuasse a mesma para as pessoas com deficiência quando permitiram que
houvesse a possibilidade de substituição do ensino regular pelo atendimento
educacional especializado complementar ou suplementar a escolarização.
O PNE, Lei nº
10.172/2001, destaca que o grande avanço da década da educação seria “a construção de uma escola inclusiva que
garanta o atendimento à diversidade humana”, mas aponta, também, um déficit
referente à oferta de matrículas para alunos com deficiência nas classes comuns
do ensino regular, à formação docente, à acessibilidade física e ao atendimento
educacional especializado. Enfim, muitos outros documentos importantes foram
elaborados em favor da causa das pessoas com deficiência, como a Convenção da
Guatemala (1999), ou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência.
É imprescindível que as pessoas com deficiência sejam incluídas, mas como
resolver a questão da escola pública, que padece de diversos problemas e que
não consegue nem mesmo garantir a permanência daqueles que não apresentam
deficiência?
III – DIAGNÓSTICO DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL
O Censo
Educacional/MEC/INEP, acompanha, na educação especial indicadores de acesso à
educação básica, matrícula na rede pública, inclusão nas classes regulares,
oferta de atendimento especializado, acessibilidade dos prédios escolares e
número de municípios e escolas com matrícula de alunos com necessidades
educacionais especiais.
A partir de 2004, com a
atualização dos conceitos e terminologias, o Censo coleta dados que registram a
progressão escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais, criando
novos indicadores da qualidade da educação.
Os dados do Censo
escolar 2006 expressam crescimento de 107 % no número de matrículas em relação
a 1998. No que se refere à inclusão em classes comuns do ensino regular em
2006, o crescimento é de 640% em relação a 1.998.
Quanto à distribuição
de matrículas nas esferas públicas e privadas em 1998, 46,8% eram registrados
com necessidades educacionais especiais em escolas privadas, principalmente
instituições filantrópicas. Com o desenvolvimento de políticas de educação
inclusiva, houve crescimento de 146% nas matrículas em escolas públicas.
Na distribuição das
matrículas por etapa e nível de ensino, em 2006, 16% são na educação infantil,
56,5% no ensino fundamental, 2% no ensino médio, 8,3% na EJA, 6,7% na educação
profissional (básico) e 0,28% na educação profissional (técnico).
Na educação infantil,
as matrículas se concentram nas escolas/classes especiais e de 89.083 alunos
com NEE’s, apenas 24.005 estão matriculados em escolas comuns, contrariando os
estudos que mostram os benefícios da convivência e aprendizagem de crianças,
deficientes ou não, desde os primeiros anos de vida.
O Censo demonstra ainda
que, apesar do crescimento de 136% nas matrículas de alunos com NEE’s no ensino
superior, é necessário promover a inclusão e o fortalecimento das políticas de
acessibilidade nas instituições de educação superior.
A evolução das ações da
educação especial expressa crescimento no número de municípios com matrículas e
de escolas com matrícula. O indicador de acessibilidade arquitetônica em
prédios escolares também tem apontado aumento dos estabelecimentos que apresentam
dependências e vias adequadas aos alunos com necessidades educacionais
especiais.
Em relação à formação
de professores com atuação na educação especial, tem-se observado que, cada vez
mais, os profissionais estão buscando recursos para melhor tratarem com estes
alunos.
IV
– OBJETIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
O objetivo da Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva é assegurar a inclusão
escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais ( com deficiências,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação),
garantindo o acesso ao ensino regular, com participação, aprendizado e
continuidade nos demais níveis de
ensino, oferecimento de atendimento educacional especializado, formação de
professores e demais profissionais da educação para inclusão, participação da
família e da comunidade , acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos
mobiliários, nas comunicações e informação, articulação na implementação de
políticas públicas.
V - ALUNOS ATENDIDOS PELA
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Por
muito tempo a educação especial que substitui a educação regular foi
considerada a mais apropriada para a aprendizagem dos alunos com deficiência.
Por
esse motivo muitos educadores têm desenvolvido estudos na área de educação.
Esses estudos ocasionaram severas mudanças nas legislações e nas práticas
pedagógicas, obrigando as escolas regulares a educar todos os alunos,
independente das barreiras que eles enfrentem.
Assim
as escolas foram forçadas a abrirem as portas para as diferenças, mas a falta
de infraestrutura oferecido por elas e a falta de preparo dos professores,
funcionários e pedagogos levaram a exclusão de alguns alunos principalmente os
que apresentavam deficiência.
Na
perspectiva da educação inclusiva, a escola especial entra como suporte para a
educação regular, orientando e reforçando o ensino para os deficientes em suas
barreiras de aprendizagem.
Consideram-se
deficientes pessoas que, a longo prazo, apresentam impedimentos de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, que ao se deparem com diversas
barreiras podem ter restringida sua participação escolar e social. Porem temos
que ter em mente que todas as pessoas se modificam diariamente transformando o
contexto no qual se inserem. Portanto o papel da sociedade neste contexto é de
não colocar mais barreiras para que as pessoas com deficiência ultrapassarem.
Esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para a inclusão,
enfatizando a importância de ambientes heterogêneos que promovam a aprendizagem
de todos os alunos.
VI - DIRETRIZES DA POLÍTICA
NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Na
perspectiva da educação inclusiva, a educação especial é uma modalidade de
ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o
atendimento educacional especializado, identificando, elaborando e organizando
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena
participação dos alunos. Esse atendimento educacional especializado deve estar
articulado com a proposta pedagógica do ensino comum, constituindo oferta
obrigatória dos sistemas de ensino, de maneira a complementar e/ou suplementar
a formação dos alunos para a autonomia e independência na escola e fora dela.
Grupo de trabalho:
Andréa Ferreira Faccioni, RA:
141309
Carla Fernanda Brito Bispo,
RA: 090668
Isis Marques dos Santos, RA:
073217
Patrícia
Isabel Bueno, RA: 141167
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