Para este comentário sobre o filme, considero pertinente relatar uma situação que me deixou bastante desconfortável. Estava sentada em uma mesa conversando com duas mulheres de cerca de 50 anos e uma senhora de quase 80.
Essa senhora tem um problema auditivo que se agravou com a idade. Durante a conversa entre as mulheres e eu, ela não entendia quase nada, mas sempre que alguém olhava para ela, balançava a cabeça (em sentido afirmativo) e dava um sorriso. Entretanto, ela não entendia que era dela que as mulheres estavam falando. Elas comentavam, de forma irônica, como essa senhora reclamava das coisas.
Fiquei muito constrangida diante dessa situação (e até mesmo com raiva), mas a princípio me calei. Depois, resolvi puxar um assunto com a senhora, falando pausadamente e em um tom um pouco mais alto, começamos a conversar.
Esse foi um exemplo que recordei ao pensar sobre as diferenças e assistir ao filme, pois em todos os casos ali, as pessoas eram excluídas simplesmente por serem diferentes. O preconceito muitas vezes se “fundamenta” em uma ideia criada na sociedade de normalidade, mas sabemos que essas são falsas construções que visam beneficiar uns em detrimento de outros.
Lia Lopes Ongaratto
Nenhum comentário:
Postar um comentário