o desafio das nossas escolas

segunda-feira, 12 de março de 2012

Diferenças na escola

Fiquei pensando em um episódio para relatar e me veio em pensamento uma experiência de estágio.

Havia um menino novo na sala de aula, e passado alguns meses ele ainda não tinha amigos e passava o recreio sozinho. Então, sua mãe foi conversar com a professora, pois ele havia dito que ninguém queria ser seu amigo, e a mãe achou que a professora poderia ajudar nessa socialização.

Depois que a mãe do garoto foi embora, a professora se volta em minha direção e fala:

'' Também, ele só sabe falar de dinossauro, de robô! Não tem outro assunto. Garoto chato!''

Com isso, fiquei refletindo: será que uma criança de apenas 9 anos deve escolher as coisas que os outros gostam para que todos o aceitem, ir contra sua vontade para pertencer àquela turma?

Com certeza, os dinossauros e robôs tinham muito para ensinar...

3 comentários:

  1. Sim, Daiane, concordo que o menino não sabia que para se relacionar com os colegas ele deveria renunciar a centralidade de seus interesses.
    E que coisa! Como ele vai aprender a se relacionar se nem mesmo a professora renuncia a centralidade dos interesses dela para engajar o aluno?
    Alguém tem que ceder! E ceder não é nada ruim!
    A professora aprenderia muito se passasse a se interessar PELO MENINO (que se interessa por coisas diferentes)
    Ela poderia ser mediadora entre ele e outros colegas, mostrando que interesses diferentes não deveriam apartar as pessoas, e sim somar os conteúdos em uma relação. Porque afinal, o mais valioso de uma relação não são os interesses em comum, e sim as próprias PESSOAS!

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  2. E quantas coisas esse garoto não poderia ensinar aos colegas, não? Poderiam estudar história e ciências usando os dinossauros, poderiam escrever histórias sobre robôs, poderiam até aprender matemática usando o tamanho dos gigantes dinossauros...
    Essa professora perdeu uma grande oportunidade!

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  3. Talvez se esta professora desse mais atenção aos assuntos e interesses deste aluno, instigando a sala a interagir com ele, provavelmente ele não se sentiria tão sozinho dentro da escola. E ao fazer amizades com seus colegas de turma compartilharia seus assuntos com eles e se interessaria por outros tipos de conversas, abrindo assim um legue de novas possibilidades e interesses.

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