Os trechos dos filmes Philadelphia, Janela da Alma e Crash evocaram diversas lembranças e sensações de exclusão e preconceito vividas por mim nos últimos anos.
Nasci em uma família cristã protestante. Desde criança fui educada para me manter afastada das pessoas que não eram da mesma religião. Não comemorávamos aniversário, natal, ano novo e as demais datas ligadas a algum evento religioso. Meus pais também não permitiam que eu tivesse real amizade com crianças “mundanas”. Sofri muito por ser diferente e ter que encarar meus amigos da escola e os que não compartilhavam da mesma fé como má companhia. Mas foram estes que me acolheram quando aos 17 anos de idade decidi me dissociar da religião. Hoje sou denominada apostata porque nasci na religião e reneguei seus princípios. Todos meus parentes, amigos e as 6 milhões de pessoas de todo mundo pertencentes ao grupo religioso do qual me dissociei são proibidos de manter qualquer contato comigo. Não me arrependo por ter buscado outras formas de enxergar o mundo, a vida, as pessoas, por mais que a minha escolha tenha me custado o convívio com muitas pessoas que eu amo.
Ana Laura Lopes Carvalho
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