o desafio das nossas escolas

domingo, 11 de março de 2012

Respeito

Neste início de curso, sem muita reflexão sistemática, mas já tentando unir as reflexões provocadas pelo vídeo assistido em sala, pelo texto de referência da professora e um pouco de minha própria vivência, acho que o que sinto como mais importante no trabalho com o que reconhecemos como “diferente” é o respeito. Pode ser que mude de opinião ao longo do semestre, pois, como o próprio texto de Mantoan indica, sou uma individualidade mutável, mas ceio que o que deve selar as relações entre nós e o que julgamos distintos de nós é a aceitação, a empatia, a possibilidade doada à voz alheia, em suma, o tal respeito. Não podemos concordar com tudo que nos apresentam, mas discordemos sem ofensas; não creio tampouco que devamos amar a todos que nos cercam, pois além de ser tarefa impossível a (quase todos) nós, meros mortais, isso tiraria até o prazer da afinidade que sentimos por certos sujeitos.
Entretanto, podemos sim nos colocar no lugar do outro e não prejulgar; podemos sim dar o direito de voz à vontade e à forma de expressão alheia, afinal vivemos e (quase todos, mais uma vez) nos orgulhamos de exercer valores de uma democracia. Afinal, todos nós já vivemos situações de exclusão, de preconceito... Eu já fui (e sou) ironizado por ser careca, gorducho, lento, por não ter um gosto alimentar comum e, pasmem, por possuir características usualmente tidas como preferenciais, por ser alto, por ser forte (pelo menos em relação àquele grupo que me criticou), por ser homem.
Que nós lutemos sempre por ter mais possibilidades de expressão. E, conquistando-as, que elas não sejam conquistas somente para nós, mas que a devolvamos a todos que nos cercam.

5 comentários:

  1. O texto mexe bastante com a gente, pois estamos habituados a comparar para estabelecer diferenças...

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  2. Achei bem interessante o texto! E de fato, costumamos comparar para diferenciar. Mas é claro, como eu sou o padrão de normalidade, como eu sou correta e melhor do que os outros, eu sou o modelo de comparação, o que não for igual a mim, é inferior.
    É rídiculo escrever algo assim e ainda fazer vocês lerem, mas de verdade, será que não fazemos isso, mesmo que "inconscientemente"?!

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  3. "Não podemos concordar com tudo que nos apresentam, mas discordemos sem ofensas". Gostei disso, Ruy, e me dou a liberdade de resumir até um pouco mais:
    Temos o direito de discordar e o dever de não ofender!

    :D

    E me lembrei da rosa do pequeno príncipe quando você falou do prazer da afinidade que sentimos por certos sujeitos. Igual a rosa que a gente cultiva não há nenhuma outra! Podem haver outras rosas semelhantes, mas a rosa que conhecemos é ímpar. Temos afinidade com aquilo que conhecemos. Do contrário, o desconhecido gera estranhamento, medo... E então vem o ataque: a ofensa.

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  4. Foi um textop que expressou bem muito do que eu estava sentindo.
    Mas quero acrescentar que, pra mim, respeito é sinônimo de amor! Há vários tipos de amor, e concerteza respeito é uma forma honrosa de amor.

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  5. Olá pessoal!
    Gostei muito do texto Ruy, gostaria de acrescentar ao comentário da colega Lia duas coisas.
    Em primeiro lugar, penso que é importante expressarmos o que pensamos e, nesse espaço de respeito mútuo, não devemos nos sentir "ridículos", estamos em processo de reflexão contínua e coletiva...
    E, em segundo lugar, acredito que muitos dos nossos preconceitos são sim inconscientes na medida em que vamos "incomporando" as normalizações sociais, mas é em espaços de reflexão, como este que estamos vivendo, que temos a oportunidade de desvelá-los, trazendo para essas questões para um patamar consciente.

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