o desafio das nossas escolas

sexta-feira, 9 de março de 2012

Você também é diferente!

Muitas pessoas têm orgulho em dizer: “Eu não tenho preconceito!”, mas será que elas realmente são assim?

Durante toda minha vida sofri por ser a baixinha, a pequenininha, a naniquinha, entre outros apelidos ditos “carinhosos”. Por mais que meus amigos e as demais pessoas me dissessem que “tamanho não é documento”, eu sempre sofri com certas atitudes em relação a mim.

Na escola era sempre a última a ser chamada para formar os times de vôlei e de basquete; em casa meus pais sempre me superprotegeram, porque achavam que eu era “pequenininha” e que os outros não saberiam lidar com isso e acabariam me prejudicando, ao final, eu sofri mais por ser protegida demasiadamente do que se estivesse exposta.

Mas o pior de tudo isso é perceber que hoje, com quase 21 anos, eu continuo com minha estatura abaixo da média e as pessoas continuam duvidando de mim por isso. Já me fizeram a seguinte pergunta: “Nossa, você já pensou o que vai fazer quando começar a dar aula e os pais dos alunos não acreditarem que você é formada e maior de idade?”. Como resposta disse que revelaria minha idade para eles, mas que não poderia fazer nada se eles não acreditassem em mim em um primeiro momento, conquistarei a confiança através do meu trabalho!

Não basta dar um abraço em um soropositivo, dizer bom dia para um negro ou ajudar um cadeirante a ultrapassar um obstáculo, é preciso aceitar TODAS as especificidades das pessoas sem prejulgá-las. O gordinho, o magrelo, o baixinho, o que usa óculos, o surdo, o pobre, a patricinha, o cego, o que tem piolho, o chorão, o falante, o disléxico, o tímido, enfim, não podem ser excluídos por serem assim, ou pior ainda, não podem ser modificados para se adequarem ao que os outros preferem.

4 comentários:

  1. Olá Liza!

    Assino embaixo sobre tudo o que você escreveu.
    E gostei ainda mais do título: Você também é diferente!
    Como é fácil apontar o dedo para o outro, reparar nos erros e aparências alheias.
    Precisamos nos educar a cada dia, o nosso olhar, nossos pensamentos.
    E que bom que somos diferentes, pois assim podemos aprender com as diferenças das outras pessoas.
    Já ouvi muito também por ser baixinha, mas sou muito feliz por ser assim. Precisamos nos amar acima de tudo, assim nenhuma palavra de ofensa nos atingirá.

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  2. Li, te entendo, pois já passei por situações semelhantes na minha vida. Desde a minha infância as pessoas implicavam por em ser magra e faziam (e algumas ainda fazem) comentários do tipo: "Cuidado pra não voar, coloque umas pedrinhas no bolso"; "Você é tão magra que parece que vai quebrar". Na minha infância e adolescência esses comentários me deixavam bem triste, porém hoje lido de uma forma diferente.
    Concordo totalmente com você, "é preciso aceitar TODAS as especificidades das pessoas antes de prejulga-las".

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  3. Olá Liza,

    Gostei muito do seu comentário e mais ainda do título, que os faz pensar não só no outro como diferente mas em cada peculiaridade que nos diferencia; infelizmente o preconceito está enraizado em nossa sociedade e estamos postas à um grande desafio que é desmistificar os paradigmas agregados a nossa cultura.

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  4. Liza, muito bom o seu texto, parei para pensar e percebi que não fui muito "zoada" por causa de alguma característica física, mas sim por minha escolha em ser cristã.
    Sim, é uma escolha minha! Não, não fui obrigada a isso, mas eu ESCOLHI isso, não baseada em imposições, mas em uma experiência pessoal, clara e muito definida com Deus!
    Então, por causa disso, sempre tive que ser perfeita, se eu ficasse nervosa por algo, nossa! Se eu reclamasse de algo, nossa!
    Criou-se também um estigma do que é um cristão, aquele que é preconceituoso, aquele que é fanático, aquele que é alienado. Existe cristão assim, com certeza! Como existe ateu assim, como existe espírita assim, como existe muçulmano assim..e por ai vai. Mas calma ai né..generalizar é perigoso sempre!
    Não acho que não ter preconceito é achar tudo bonito, é apoiar tudo, é fazer questão de gritar pro mundo que todos têm direito a ser diferente! Acho que não ter preconceito, é respeitar as escolhas do outro. É dificil sim, as vezes por mais convicções que temos, ainda assim caimos em contradição entre o que falamos e o que fazemos. Por isso acredito que devemos ajudar uns aos outros nisso, tentando compreender que ser diferente é o normal!

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